Mindfulness, também conhecido como Atenção Plena, é um termo que tem se tornado cada vez mais popular nos últimos anos. Para muitos, mindfulness é simplesmente uma técnica de meditação que ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade. No entanto, ao nos aprofundarmos no assunto, descobrimos que mindfulness é muito mais do que isso. É uma prática transformadora que pode nos levar a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do mundo ao nosso redor e que se estabelece como um estilo de vida.
O Senso Comum sobre Mindfulness
No senso comum, mindfulness é frequentemente associado a práticas de meditação, como sentar-se em silêncio e observar a respiração. Muitas pessoas acreditam que mindfulness é uma forma de relaxamento ou uma maneira de “esvaziar a mente” de pensamentos e preocupações. Embora essas sejam partes importantes da prática de mindfulness, elas não representam a totalidade do que mindfulness realmente é.
Estudos têm mostrado que a prática regular de mindfulness pode trazer diversos benefícios para a saúde mental e física. Uma meta-análise conduzida por Khoury et al. (2013) revelou que intervenções baseadas em mindfulness são eficazes na redução do estresse, ansiedade e depressão. Além disso, a prática de mindfulness tem sido associada a melhorias na qualidade do sono, na regulação emocional e na função imunológica (Black & Slavich, 2016; Gu et al., 2015).
Talvez, essa seja uma das justificativas mais importante do porquê mindfulness tornou-se tão popular: seus efeitos sobre a saúde mental e física foram amplamente confirmado pela ciência.
Aprofundando-se no Conceito de Mindfulness
Ao nos aprofundarmos no conceito de mindfulness, descobrimos que se trata de uma prática que vai além da simples meditação. Mindfulness é um estado de consciência que nos permite estar totalmente presentes no momento atual, sem julgamentos e com abertura e curiosidade (Kabat-Zinn, 2003).
A prática de mindfulness envolve prestar atenção propositalmente às nossas experiências internas e externas, incluindo pensamentos, emoções, sensações corporais e estímulos ambientais. Ao fazer isso, nos tornamos mais conscientes dos padrões habituais da nossa mente e aprendemos a nos relacionar com eles de uma maneira mais saudável e equilibrada.
Um dos aspectos fundamentais da prática de mindfulness é a aceitação. Isso significa abraçar a nossa experiência presente, seja ela agradável, desagradável ou neutra, sem tentar mudá-la ou evitá-la. Através da aceitação, aprendemos a nos relacionar com as nossas experiências de uma forma mais compassiva e menos reativa (Bishop et al., 2004).
Outro aspecto importante de mindfulness é o não julgamento. Isso envolve observar os nossos pensamentos e emoções sem rotulá-los como bons ou ruins, certos ou errados. Ao cultivar uma atitude de não julgamento, nos tornamos menos identificados com os nossos pensamentos e emoções, o que nos permite responder a eles de uma maneira mais equilibrada e sábia (Shapiro et al., 2006).
Ainda existem muitos outros fundamentos da prática que são conhecidos como “atitudes mindfulness”. Ao desenvolver essas atitudes na vida rotineira, vamos desenvolvendo uma consciência plena, objetivo de Mindfulness. Neste sentido, vale a pena reiterar: mindfulness é um conjunto de técnicas e habilidades que recorremos para desenvolver uma consciência plena.
Mindfulness: Um Universo a Parte
Quando nos aprofundamos ainda mais na prática de mindfulness, percebemos que se trata de um universo a parte, com uma riqueza e profundidade que vão muito além do que inicialmente imaginávamos.
Mindfulness não é apenas uma técnica de meditação, mas sim uma forma de viver e se relacionar com o mundo. É uma prática que pode ser integrada em todos os aspectos da nossa vida, desde as nossas interações com os outros até a forma como realizamos as tarefas diárias.
A prática regular de mindfulness pode nos levar a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e da natureza da nossa experiência. Através da observação atenta dos nossos pensamentos, emoções e sensações corporais, começamos a perceber a impermanência e a interdependência de todos os fenômenos (Gunaratana, 2011).
Essa compreensão pode nos levar a uma maior sensação de conexão e compaixão, tanto em relação a nós mesmos quanto aos outros. Quando nos tornamos mais conscientes da nossa própria humanidade e vulnerabilidade, nos tornamos mais capazes de nos relacionar com os outros de uma forma mais autêntica e empática.
Além disso, a prática de mindfulness pode nos ajudar a cultivar qualidades positivas, como a paciência, a generosidade, a gratidão e a equanimidade. Essas qualidades não apenas melhoram o nosso bem-estar individual, mas também contribuem para a criação de uma sociedade mais compassiva e harmoniosa (Ricard, 2015).
Por fim…
Mindfulness é muito mais do que uma simples técnica de meditação. É uma prática transformadora que pode nos levar a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do mundo ao nosso redor. Através da prática regular de mindfulness, podemos cultivar uma maior consciência, aceitação e compaixão, tanto em relação a nós mesmos quanto aos outros.
Embora o senso comum muitas vezes retrate mindfulness de uma forma simplista, a verdade é que se trata de um universo a parte, com uma riqueza e profundidade que estão apenas começando a ser exploradas pela ciência e pela sociedade em geral.
Se você está interessado em começar a praticar mindfulness, existem muitos recursos disponíveis, desde aplicativos de meditação até cursos e retiros. O importante é encontrar uma abordagem que funcione para você e se comprometer com a prática regular. Com o tempo e a dedicação, você pode descobrir por si mesmo a transformação profunda que mindfulness pode trazer para a sua vida.
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Referências Bibliográficas
– Bishop, S. R., Lau, M., Shapiro, S., Carlson, L., Anderson, N. D., Carmody, J., … & Devins, G. (2004). Mindfulness: A proposed operational definition. Clinical Psychology: Science and Practice, 11(3), 230-241.
– Black, D. S., & Slavich, G. M. (2016). Mindfulness meditation and the immune system: a systematic review of randomized controlled trials. Annals of the New York Academy of Sciences, 1373(1), 13-24.
– Gu, J., Strauss, C., Bond, R., & Cavanagh, K. (2015). How do mindfulness-based cognitive therapy and mindfulness-based stress reduction improve mental health and wellbeing? A systematic review and meta-analysis of mediation studies. Clinical Psychology Review, 37, 1-12.
– Gunaratana, B. H. (2011). Mindfulness in plain English. Simon and Schuster.
– Kabat-Zinn, J. (2003). Mindfulness-based interventions in context: past, present, and future. Clinical Psychology: Science and Practice, 10(2), 144-156.
– Khoury, B., Lecomte, T., Fortin, G., Masse, M., Therien, P., Bouchard, V., … & Hofmann, S. G. (2013). Mindfulness-based therapy: a comprehensive meta-analysis. Clinical Psychology Review, 33(6), 763-771.
– Ricard, M. (2015). Altruism: The power of compassion to change yourself and the world. Little, Brown Spark.
– Shapiro, S. L., Carlson, L. E., Astin, J. A., & Freedman, B. (2006). Mechanisms of mindfulness. Journal of Clinical Psychology, 62(3), 373-386.